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domingo, 1 de fevereiro de 2015

A procura da gaita perfeita

 Nestes 11 anos com a gaita, destes pouco mais de quatro anos como colaborador na fábrica Bends Harmônicas e seis como professor, tive a oportunidade do contato com diferentes artistas com os mais diversos gostos, estilos e técnicas, pode avaliar através do serviço que prestava diferentes preparações (setups) para uma harmônica, seus estilos e técnicas, cada uma atendendo ao gosto e estilo de seu artista, na busca pessoal dele do seu timbre, da sua “harmônica perfeita”.
Ainda dentro da Bends publiquei uma primeira matéria sobre este conhecimentos adiquiridos, editada pela equipe de marketing e publicada no Bends Acontece, pagina de noticias e informações no site da Bends, hoje retorno a esta matéria que é um pouco da minha história, nesta com mais estrada, experimentos e vivência no curriculo.



Temos como meta assim que começamos na música ter alguém como referência, um ou alguns artistas/bandas e suas características, que tomamos como base do nosso desenvolvimento, tentando assim se utilizar dos mesmos equipamentos, na busca daquele som, coisa nem sempre possível, principalmente na gaita, que tem muito do fisiológico de cada um, ou seja, o mesmo equipamento terá diferentes reações de acordo com cada um, portanto, é ideal procurarmos nos equipar com algo que nos satisfaz e que ofereça conforto. Como experimentando, tocando, vivenciando, utilizando o equipamento daqueles que nos inspiram como ponto de partida e em diante compondo nossa estrutura ao timbre e sonoridade que almejamos.



 Um som aveludado, rasgado, brilhante, timbres diferentes que podem caracterizar seu estilo nas mais distintas formas; para tais, temos gaitas com corpo de gaveta ou pente; de madeira, acrílico, metal, ABS e cada dia mais materiais; com tampas nos mais diferentes formatos, além de palhetas com diferentes materiais como latão, aço e bronze; bocais altos ou baixos, redondos ou quadrados; variadores revestidos ou não.
E podem acreditar: tanto na cromática como na diatônica, cada detalhe desses pode influenciar em seu som. Gaitas de pente costumam ter um som mais aberto, enquanto as de gaveta possuem um timbre aveludado; o bronze gera um som mais cheio e o latão, por sua vez, é mais brilhante; bocais mais altos podem ajudar a firmar melhor a embocadura, e os baixos proporcionam respostas rápidas e maior agilidade.


Tampas mais fechadas ajudam na hora de abafar o som e buscar graves mais profundos; as mais abertas auxiliam em um som mais brilhante. Além disso tudo, há os detalhes de off-set e afinação, que são de extrema importância na formação e refinação de nosso som. Para aqueles que tocam forte, off-set mais aberto. Aos que preferem um som mais suave ou maior agilidade, off-set mais fechado, além de ajustes para variadas técnicas; afinações especiais que podem dar um brilho a mais ao seu estilo ou determinado tema, e por aí vai.
Agora você imagina a infinidade de sonoridades que podemos conseguir misturando cada um desses ingredientes. É importante experimentar muito e conhecer diferentes modelos, ter o trababalho luthier(preparador) para nos oferecer preparos e ajustes para refinar o som, possibilitando montar um arsenal com poderosas gaitas que nos que leve a alcançar o máximo de expressão e sonoridade nos mais variados timbres.

Paulo Eduardo – matéria original abril/2011 - edição fevereiro/2015



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