Nestes
11 anos com a gaita, destes pouco mais de quatro anos como colaborador
na fábrica Bends Harmônicas e
seis como professor,
tive a oportunidade do contato com diferentes artistas com os mais
diversos gostos, estilos e técnicas, pode avaliar através do
serviço que prestava diferentes preparações (setups) para uma
harmônica, seus estilos e técnicas, cada uma atendendo ao gosto e
estilo de seu artista, na busca pessoal dele do seu timbre, da sua
“harmônica perfeita”.
Ainda
dentro da Bends publiquei uma primeira matéria sobre este
conhecimentos adiquiridos, editada pela equipe de marketing e
publicada no Bends Acontece, pagina de noticias e informações no
site da Bends, hoje retorno a esta matéria que é um pouco da minha
história, nesta com mais estrada, experimentos e vivência no
curriculo.
Temos
como meta assim que começamos na música ter alguém como
referência, um ou alguns artistas/bandas e suas características,
que tomamos como base do nosso desenvolvimento, tentando assim se
utilizar dos mesmos equipamentos, na busca daquele som, coisa nem
sempre possível, principalmente na gaita, que tem muito do
fisiológico de cada um, ou seja, o mesmo equipamento terá
diferentes reações de acordo com cada um, portanto, é ideal
procurarmos nos equipar com algo que nos satisfaz e que ofereça
conforto. Como experimentando, tocando, vivenciando, utilizando o
equipamento daqueles que nos inspiram como ponto de partida e em
diante compondo nossa estrutura ao timbre e sonoridade que almejamos.
Um
som aveludado, rasgado, brilhante, timbres diferentes que podem
caracterizar seu estilo nas mais distintas formas; para tais, temos
gaitas com corpo de gaveta ou pente; de madeira, acrílico, metal,
ABS e cada dia mais materiais; com tampas nos mais diferentes
formatos, além de palhetas com diferentes materiais como latão, aço
e bronze; bocais altos ou baixos, redondos ou quadrados; variadores
revestidos ou não.
E
podem acreditar: tanto na cromática como na diatônica, cada detalhe
desses pode influenciar em seu som. Gaitas de pente costumam ter um
som mais aberto, enquanto as de gaveta possuem um timbre aveludado; o
bronze gera um som mais cheio e o latão, por sua vez, é mais
brilhante; bocais mais altos podem ajudar a firmar melhor a
embocadura, e os baixos proporcionam respostas rápidas e maior
agilidade.
Tampas
mais fechadas ajudam na hora de abafar o som e buscar graves mais
profundos; as mais abertas auxiliam em um som mais brilhante. Além
disso tudo, há os detalhes de off-set e afinação, que são de
extrema importância na formação e refinação de nosso som. Para
aqueles que tocam forte, off-set mais aberto. Aos que preferem um som
mais suave ou maior agilidade, off-set mais fechado, além de ajustes
para variadas técnicas; afinações especiais que podem dar um
brilho a mais ao seu estilo ou determinado tema, e por aí vai.
Agora
você imagina a infinidade de sonoridades que podemos conseguir
misturando cada um desses ingredientes. É importante experimentar
muito e conhecer diferentes modelos, ter o trababalho
luthier(preparador) para nos oferecer preparos e ajustes para refinar
o som, possibilitando montar um arsenal com poderosas gaitas que nos
que leve a alcançar o máximo de expressão e sonoridade nos mais
variados timbres.
Paulo Eduardo – matéria original abril/2011 - edição fevereiro/2015
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